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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

China e Rússia apóiam fala de Dilma de norma internacional para internet

Presidente defendeu na Assembleia da ONU regra para assegurar sigilo.
Chanceleres dos Brics divulgaram comunicado contra espionagem.


Os Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, divulgaram nesta quinta-feira (26) apoio à proposta da presidente Dilma Rousseff de criação de normas internacionais para garantir o sigilo de dados na internet e evitar espionagem entre nações amigas.
Nesta terça (24), Dilma abriu a reunião da Assembleia-Geral das Nações Unidas dizendo que as ações de espionagem dos Estados Unidos no Brasil ferem o Direito Internacional e constituem uma "afronta" à soberania nacional.
A informação de que a NSA, a agência de segurança norte-americana, espionou Presidência da República, ministros brasileiros e a Petrobras, revelada pelo programa Fantástico, fez com que Dilma cancelasse viagem oficial que faria a Washington em outubro.

Em reunião à parte da Assembleia da ONU, os ministros de Relações Exteriores expressaram "preocupação" com o acesso do governo norte-americano a comunicações do governo e empresas brasileiras.
"Os ministros expressaram preocupação com a notícia de práticas não autorizadas de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas, e autoridades, comprometendo a soberania nacional e os direitos individuais", afirmaram os países dos Brics em comunicado divulgado após as reuniões de chanceleres.
No documento, os chanceleres também defenderam a adoção de regras para proteger dados sigilosos no espaço cibernético.
"Eles reiteraram a intenção de contribuir e participar num pacífico, seguro e aberto espaço cibernético e enfatizar o uso da informação cibernética por meio de normas aceitas internacionalmente", diz o texto.

Desenvolvidos
Ainda nesta quinta, o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, afirmou em Nova York que os países desenvolvidos também manifestaram preocupação com a espionagem dos Estados Unidos e “interesse”em debater nas Nações Unidas o tema de segurança de dados na internet.
Nesta sexta (27), o ministro se reúne com o secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Figueiredo teve encontros bilaterais e em grupo com chanceleres de cerca de 10 países entre esta quarta (25) e quinta (26). Indagado se países desenvolvidos, como a Alemanha, também haviam manifestado apoio à proposta da presidente Dilma Rousseff de criar normas internacionals para acesso de dados na internet, Figueiredo disse:

“Sim, há um entendimento importante, claro que ainda temos que construir muito esse caminho, mas há entendimento de vários países de que é um tema novo, um tema que se abre na agenda para as relações internacionais, um tema que seguramente ocupará a ONU nos próximos anos”, disse.

De acordo com Figueiredo, todos os cancheleres com quem se reuniu manifestaram “preocupação” com a espionagem dos EUA no Brasil. “Há, sim, um interesse crescente. Todos os meus interlocutores disseram que estavam preocupados com essa questão e apreciaram muito a presidente Dilma ter levantado esse assunto na Assembleia-Geral da ONU”, disse.

O ministro fez menção a reunião com o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, em que o país europeu e o Brasil se comprometeram a debater a questão da privacidade na internet no Conselho de Direitos Humanos da ONU.
"A Alemanha tem uma iniciativa muito interessante no Conselho de Direitos Humanos sobre o direito à privacidade e conversamos sobre possibilidades de juntar esforço nessa área de defesa da privacidade na internet  e das comunicações no âmbito do Conselho de Direitos Humanos", disse.
Além de se encontrar com o chanceler alemão, Figueiredo esteve com o ministro de Relações Exteriores de Portugal, Rui Machete, com quem também falou do tema da espionagem. Ele esteve ainda com os ministros de Turquia, Irã, Peru e Indonésia. Com os chanceleres de Rússia, Japão, Índia e África do Sul, o ministro brasileiro teve reuniões em grupo.
A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, já havia manifestado concordância com a proposta de Dilma na última segunda (23) quando afirmou, em entrevista coletiva, que a espionagem dos EUA ao governo brasileiro afetava a soberania de todos os países sul-americanos.

Fonte: http://g1.globo.com

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