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sexta-feira, 6 de março de 2015

Inflação oficial acumula alta de 7,7% em 12 meses, a maior taxa desde 2005

Fevereiro teve a maior taxa para o mês desde 2003: 1,22%.
O destaque do mês ficou com a gasolina; os preços subiram 8,42%.


Variação do IPCA em 12 meses
Em %
5,686,156,286,376,526,56,516,756,596,566,417,147,7Fev/14Mar/14Abr/14Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/150246810
Fonte: IBGE


A inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 1,22% em fevereiro, depois de avançar 1,24% em janeiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior taxa para meses de fevereiro desde 2003, quando ficou em 1,57%.

No acumulado de 12 meses, o indicador acumula alta de 7,7%, a mais elevada desde maio de 2005, quando atingiu 8,05%.

No acumulado de 2015, a inflação ficou em 2,48%, acima do percentual de 1,24% registrado em igual período de 2014. Em fevereiro do ano passado, o índice foi de 0,69%.

“O aumento dos impostos [PIS, Cofins, IPI dos automóveis, imposto sobre cosméticos] teve influência significativa no IPCA de fevereiro”, afirma Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.

Gasolina é destaque
O destaque do mês ficou com a gasolina. Os preços subiram 8,42%. Refletindo aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, que entrou em vigor em 1º de fevereiro, a gasolina exerceu um impacto de 0,31 ponto percentual, sendo responsável, sozinha, por um quarto do IPCA, ou seja, 25,41%.
Gasolina subiu 8,42% em fevereiro de 2015, segundo o IBGE (Foto: G1)


Assim, os gastos com transportes subiram 2,2%, grupo que apresentou o mais elevado impacto no mês (0,41 ponto percentual), segundo o IBGE.

"O impacto dos impostos [na gasolina] foi muito forte, pesou nas bombas e, em consequência, pesou no bolso do consumidor até mais do que ele se pudesse prever", diz Eulina. A reboque da gasolina, o etanol também aumentou 7,19%.

“A estimativa [do aumento da gasolina] era 22 centavos por litro. E os preços anteriores a esse eram inferiores a R$ 3, em termo de preço médio. E neste mês de fevereiro, o que vimos é que nenhuma região teve preço médio inferior a R$ 3,10”, diz a coordenadora.
O impacto dos impostos [na gasolina] foi muito forte e pesou nas bombas e, em consequência, pesou no bolso do consumidor até mais do que ele se pudesse prever"
Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE


De acordo com Eulina, o preço médio da gasolina em janeiro em Salvador era R$ 3,10 e passou a ser R$ 3,53 em fevereiro. No Rio, o preço médio era R$ 3,21 e em fevereiro ficou em R$ 3,38. Em São Paulo, passou custar R$ 3,10 e em janeiro era R$ 2,89.

Segundo a coordenadora do IBGE, até 2013 os itens monitorados, como ônibus e energia, foram fundamentais para que a taxa de inflação não fosse maior. "Agora neste início do ano, a pressão dos monitorados tem sido forte, e isso tem modificado o perfil da inflação”, analisa Eulina.Cursos diversos, gasolina, cursos regulares, etanol, ônibus urbano, energia elétrica e automóvel novo, sozinhos, foram responsáveis com 0,90 ponto percentual do IPCA do mês, segundo Eulina.

Acima da meta
Com a alta em fevereiro, a estimativa do mercado para o IPCA de 2015 segue acima do teto do sistema de metas. A meta central de inflação para este ano e para 2016 é de 4,5%, com tolerância de dois pontos para mais ou para menos. O teto do sistema de metas, portanto, é de 6,5%. Em 2014, a inflação somou 6,41%, o maior valor desde 2011.

Curso regular subiu 7,24% em fevereiro de 2015, segundo o IBGE (Foto: G1)
Educação

Considerando os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a variação mais elevada foi registrada no grupo educação, que atingiu 5,88%, refletindo os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,24%.

Habitação
Outro impacto veio do grupo habitação, cuja variação foi de 1,22%, com destaque para energia elétrica, que registrou alta de 3,14%. A variação de preços na conta de luz refletiu movimentos nos valores dos impostos e parcela residual da aplicação do Sistema de Bandeiras Tarifárias sobre as contas, a partir de 1º de janeiro. “A energia elétrica, nesses 12 meses, atingiu 30,27% de aumento nas contas”, explica Eulina.

Despesas e cuidados pessoais
O grupo despesas pessoais teve variação de 0,86%, e o item cigarro foi um dos destaques. Após reajustes desde o ano passado, a variação do item foi de 1,16%. Também se sobressaíram os itens excursão (6,93%), cabeleireiro (1,09%) e manicure (1,04%). No grupo saúde e cuidados pessoais, que teve variação de 0,6%, destacaram-se os serviços médicos e dentários (1,14%) e os artigos de higiene pessoal (0,89%).

Residência
No grupo dos artigos de residência, que variou 0,87%, a alta foi puxada pelos eletrodomésticos, cujos preços se elevaram em 2,15%, e pelos serviços de conserto e manutenção de equipamentos domésticos, que subiram 1,70%.

Variação do IPCA desde 2014
Em % sobre mês anterior
0,550,690,920,670,460,40,010,250,570,420,510,781,241,22Jan/14Fev/14Mar/14Abr/14Mai/14Jun/14Jul/14Ago/14Set/14Out/14Nov/14Dez/14Jan/15Fev/1500,250,50,7511,251,5
Fonte: IBGE
Alimentação
O grupo alimentação e bebidas variou 0,81% e, segundo o IBGE, observa-se redução no ritmo de crescimento de preços, comparando-se com a taxa de 1,48% registrada no mês anterior. Os alimentos consumidos fora de casa (0,95%) tiveram aumentos acima dos consumidos em casa (0,74%).

“Nos alimentos, teve uma redução no ritmo de crescimento em quase todas as regiões. O Rio passou de 1,58 para 1%. Importante é que não significa que não deixou de subir [no mês]. Continuaram a subir, os níveis estão altos, só que se seguraram”, ressalta Eulina.

Queda
Dois grupos tiveram queda no índice de fevereiro: vestuário, de 0,6%, reflexo das promoções ocorridas no mercado, e comunicação, de 0,02%, devido à redução média de 22% nas tarifas de telefonia fixa para móvel, a partir de 24 de fevereiro, de acordo com o IBGE.

Por regiões
Nos índices regionais, a cidade do Rio de Janeiro teve a maior variação no acumulado de 12 meses: 9,02%. Goiânia e Porto Alegre vêm em seguida, com 8,95% e 8,18%, respectivamente. “Na ótica dos 12 meses, já temos regiões como o Rio de Janeiro que já foi para casa dos 9%, foram 9,02%. Assim como Porto Alegre. O Rio tem sido mais pressionado. A gente tem atribuído devido à demanda da Copa do Mundo, ano que vem tem as Olimpíadas, carnaval, então Rio tem sido pressionado pelo aumento de preços”, ressalta Eulina.

INPC
Nesta divulgação, o IBGE também apresentou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que apresentou variação de 1,16% em fevereiro, 0,32 ponto percentual abaixo do resultado de 1,48% em janeiro.

No acumulado de 12 meses, o índice ficou em7,68%, acima dos 7,13% dos 12 meses anteriores. Em fevereiro de 2014, o INPC foi de 0,64%.

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