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sábado, 31 de maio de 2014

Copa em Manaus terá segurança com geotecnologias e robô antibombas

Robô 'Optimus Prime' reduz risco em missões com artefatos explosivos. Perímetro da Arena da Amazônia terá reforço no monitoramento. 


A segurança pública do Amazonas ganhou um novo aliado. Trata-se do robô multimissão iRobot 510-A, que é um tipo de veículo terrestre não tripulado usado em missões antibombas e de reconhecimento. O equipamento é um dos investimentos voltados para Copa do Mundo em Manaus. Durante o mundial, a capital amazonense contará ainda com geotecnologias empregadas no policiamento e o monitoramento de torcedores, seleções e demais frequentadores do entorno da Arena Amazônia - estádio que receberá quatro jogos da Copa. Veja galeria com imagens do robô durante simulação.

 O robô multimissão é o primeiro usado por forças de segurança na Região Norte do país. O equipamento agora integra o Grupamento de Manuseio de Artefatos Explosivos (Marte) da Polícia Militar.



Inspirado no robô protagonista da série de filmes Transformers, os militares do Grupamento Marte rebatizaram o equipamento com o codinome "Optimus Prime". Embora pese apenas 22 kg e tenha base com tamanho de 60 cm x 80 cm, o robô alcança dois metros e meio de altura, tem capacidade de levantar objetos com até 12 kg e arrastar artefatos que pesem até 25 kg.

Segundo o subcomandante do Grupamento de Marte, tenente Mesquita Feitoza, o robô tem como principal função auxiliar na observação e remoção de objeto suspeito de ser artefato explosivo durante missões. "O robô é feito basicamente com duralumínio – um tipo de liga leve e resistente de alumínio, mas possui ainda uma série de dispositivos: quatro câmeras, sistema de iluminação infravermelho e comum, microfones e alto-falantes", comentou o tenente.


As câmeras possibilitam a visualização durante o manuseio dos artefatos explosivos e o reconhecimento de locais à longa distância. Um acessório ligado ao sistema de comunicação utilizado no robô permite que o operador comande o equipamento de uma distância de até um quilômetro em ambiente aberto. “Se tiver um local com edificações reduz a distância máxima entre o robô e o operador”, ressalvou o especialista.

O sistema de controle do "Optimus Prime" consiste em um notebook adaptado. Por meio de um controle remoto semelhante aos de videogames e um sistema operacional próprio, o robô é operado. O equipamento tem uma série de posições predefinidas e mobilidade capaz de subir degraus de escadas.

"Desse sistema de controle temos a visão do que é captado pelas quatro câmeras, que serve tanto de orientação do robô como para uso da garra. O equipamento é importante na manipulação e remoção porque, às vezes, o local é inapropriado para contramedidas, que são as ações contra bombas, ou seja, neutralização, destruição ou desativação dos artefatos explosivos", explicou o subcomandante.

As ações com robô reduzem os riscos para os militares envolvidos nas operações antibombas, durante remoção ou outras intervenções nos artefatos explosivos, de acordo com tenente Mesquita.

“A função dele é substituir o homem em algumas operações, pois mesmo com traje antifragmentação, que é uma alternativa, ainda há riscos. Agora aproximação com traje ficou em segundo plano. A primeira opção sempre será o robô porque ele é um bem e não uma pessoa. Porém, há situações que não tem como empregá-lo, pois há limitações como todo equipamento, por exemplo, se a edificação for muito complicada para adentrar e se não há certeza desenvolvimento eficiente da função", ponderou tenente Mesquita.



Antes da aquisição do traje antifragmentação, que é feito de material resistente e pesa 40 kg aproximadamente, os policiais militares do Marte usavam apenas equipamentos de proteção individual: capacete e colete balístico, mas a intervenção nessas circunstâncias só era permitida considerando se grau de risco era aceitável.

Desde ano passado o Grupamento Marte treina o uso do robô e dos demais equipamentos novos. O subcomandante recebeu treinamento em Brasília e promoveu capacitação dos integrantes do Marte em Manaus. "Você observar o robô in loco é uma coisa e ter noção de como ele está no terreno através das câmeras é algo completamente diferente", enfatizou Mesquita.

No final do primeiro semestre de 2013, o Ministério da Justiça através da Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos (Sesge), adquiriu os equipamentos e fez doação para Segurança Pública do Amazonas. O robô estava entre os materiais, que também foram doados às demais cidades-sede da Copa no Brasil.



Testes Reais
A utilização do robô se tornou uma das primeiras linhas de ação em situações envolvendo artefatos explosivos em Manaus. Além das simulações, o "Optimus Prime" foi testado em situações reais na remoção de bombas.

No dia 24 de setembro do ano passado, uma quadrilha tentou arrombar um caixa eletrônico em agência bancária, localizada na Avenida Brasil, Compensa, Zona Oeste de Manaus. Um artefato explosivo não foi detonado e a polícia precisou neutralizar a bomba. O robô foi usado na ação do Marte.

Meses depois, no dia 18 de novembro um catador de lixo encontrou uma caixa suspeita de armazenar artefatos explosivos na Praça do Amarelinho, bairro Educandos, Zona Sul de Manaus. O "Optimus Prime" também foi utilizado na aproximação, constatando que se tratava de sinalizadores e bombas de pesca. A operação durou cerca de seis horas. "Havia riscos de explosões se o manuseio fosse inadequado. Em todas essas ocorrências reais o robô foi eficiente", destacou tenente Mesquita Feitoza.


Geotecnologias
Outros mecanismos tecnológicos serão usados no policiamento e ações integradas durante a Copa do Mundo em Manaus envolvem as chamadas geotecnologias. Esses recursos vêm sendo introduzidos na segurança do estado nos últimos cinco anos, segundo Marcelo Faria, Gerente para o setor de Segurança Pública na Imagem - empresa que  comercializa softwares de Sistemas de Informações Geográficas usados pelo Amazonas.

De acordo Marcelo Faria, o conceito de Geotecnologia abrange a aquisição, armazenamento, processamento, análise e integração de informações espacialmente referenciadas, refere-se ao uso de técnicas computacionais para análise do espaço geográfico.

"Podemos notar claramente a utilização da geotecnologia no dia a dia da sociedade moderna, dado exemplo quando utilizamos nossos aparelhos celulares para traçar uma rota para encontrar um destino ou até mesmo para chegar a um destino mais próximo, no entanto, o maior valor da geotecnologia acontece quando aprofundamos estas análises espaciais, de forma que responda a uma gama de perguntas específicas que somente a geografia pode", frisou o representante da Imagem.



Na segurança de Manaus, a tecnologia de geoprocessamento de dados mapeia denúncias, crimes, zonas de risco e rotas de fuga de criminosos, dentre outras finalidades, de maneira online e em tempo real, por meio do programa Ronda no Bairro e os Sistemas de Inteligência Geográfica (GIS). O resultado alcançado é considerado positivo e por isso o programa será ampliado durante a Copa do Mundo de Futebol.

"Manaus traz para as missões da segurança pública em grandes eventos, especificamente falando da Copa do Mundo, a facilidade que o conhecimento territorial e sócio ambiental da cidade. A geotecnologia será utilizada principalmente nas questões de  localização dos alvos específicos, mobilidade e posicionamento do efetivo policial com o intuito de  manter a paz e a ordem em todo o município. Estes serão os principais pilares no que tange segurança pública utilizando a geotecnologia na Copa do Mundo", ponderou Marcelo Faria.

O tenente da Polícia Militar do Amazonas, Rouget Brito, que atua no Núcleo de Geoprocessamento do Estado do Amazonas (NGEO), explicou que o geoprocessamento auxiliam em várias ações de segurança pública, possibilitando o acesso aos dados geográficos e o número de pessoas em um determinado local.
"O geoprocessamento consegue pegar o mundo real e transferir dados para mundo computacional. Nesse mundo computacional, os gestores em tempo real conseguem acompanhar a dinâmica das ações de cada órgão e subsidiar a tomada de decisão", informou.

Conforme tenente Rouget Brito a plataforma do Ronda no Bairro - o Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP), que funciona em qualquer computador ou dispositivo móvel- foi aproveitada.



Um aplicativo específico para Copa foi desenvolvido pelo NGEO juntamente com a Empresa de Processamento de Dados do Amazonas (Prodam). Através dos aplicativos e das plataformas todas as ações serão definidas e acompanhadas em tempo real do Centro de Comando e Controle na Arena da Amazônia e Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) no bairro Aleixo. "As estruturas de todos os órgão envolvidos na Copa também serão georeferenciadas", acrescentou tenente Rouget Brito.

Os perímetros de segurança preestabelecidos pela Secretaria-Executiva de Grandes Eventos (Seasge) e rotas protocolares, que são os trechos por onde as autoridades irão fazer percursos (Aeroporto Internacional Eduardo Gomes à Arena da Amazônia e dos hotéis à Arena e aos Centros Oficiais de Treinamento - COTs), já foram definidos.

Nesses trechos, qualquer ocorrência na área georeferênciada subirá de prioridade de imediato mesmo se for um simples acidente de trânsito. "Com aplicativo e o georeferenciamento o gestor consegue visualizar o local da ocorrência no mapa, indentificar e tomar uma decisão em colegiado", justificou tenente Rouget Brito.

Fonte: http://g1.globo.com

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