10% da população adulta do país tem algum tipo de doença renal

Existem vários fatores de risco para a doença renal: diabetes e a hipertensão são os principais, mas o tabagismo, sobrepeso, colesterol elevado e a própria idade também contribuem.

  

O Dia Mundial do Rim foi comemorado na última quinta-feira (13) e as entidades da área de saúde promoveram campanhas de esclarecimento sobre formas de prevenção de doenças renais. De acordo com a Associação dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), Entre 10 milhões e 15 milhões de pessoas têm algum tipo de doença renal. 

Neste ano, a campanha vem com o tema 'Dia Mundial do Rim – 1 em 10. O rim envelhece, assim como nós'. Objetivo é motivar as pessoas para o autocuidado e autoconhecimento.

Dados de  2012 do Ministério da Saúde indicam que 100 mil pacientes fazem diálise, processo de filtragem do sangue – uma das funções do rim. Para o nefrologista, Flávio Ribeiro Dantas Aguiar, presidente da Sociedade Regional de Nefrologia, o diabetes e a hipertensão são as principais causas de doenças renais.
“Existem vários fatores de risco para a doença renal: o diabetes e a hipertensão são os principais, mas o tabagismo, o sobrepeso e o colesterol elevado, a própria idade [também contribuem] e esse é o tema da campanha em todo o mundo. Por isso, o fato de ser idoso é um fator de risco para doenças renais e merece avaliação precoce”, destaca Flávio Aguiar.

Diógenes Dantas: De uma maneira geral, as pessoas cuidam bem do rim ou só vão cuidar quando a doença aparece?

Flávio Aguiar: O que temos visto é que as pessoas não estão dando valor a esse órgão tão importante. Não perguntam aos médicos. Inclusive essa campanha de prevenção é para alertar aos pacientes de risco e aos médicos.

DD: Por que o rim é um órgão vital ao ser humano?

FA: Ele executa várias funções importantes pra gente sobreviver.Entre elas o controle da pressão arterial. A hipertensão tem uma doença por trás. As pessoas que tomam remédios errados e que fazem exames contrastados precisam saber como estão os rins que elimina o excesso dessas coisas.  Entre outras funções.

DD: A pessoa só sente que está com problema nos rins, quando começa a incomodar. 10% da população adulta do país tem algum tipo de doença renal...

FA: A partir dos 40 já se perde, a cada 10 anos, 7 a 8 ml por minuto de filtração. Há um envelhecimento do rim.

DD: Quais as atitudes que a pessoa tem que ter para cuidar bem do rim?

FA: A primeira dica é saber como está o rim. Perguntar ao médico, principalmente hipertensos, diabéticos, pessoas com histórico na família, quem fuma, é obeso, idosos. Essas pessoas são do grupo de risco. Em relação aos idosos, a partir dos 65 anos, 30% a 50% da população idosa tem déficit de função.

DD: Como funciona a diálise no tratamento do paciente renal?

FA: Temos uma classificação para doença renal crônica que vai de estágios 1, que é quase nada, às vezes alterações assintomáticas, ao estágio 5, quando o rim filtra menos de 15%, nesse caso pode-se oferecer o tratamento de substituição renal. A diálise é uma forma de substituir o que o rim faz. A terapia é um sucesso e aqui no Brasil tem padrão de qualidade mundial.

DD: É preciso controlar o consume de sal e açúcar e como estão a doação para os transplantes?

FA: É preciso controlar sempre. A doação de órgão precisa ser incentivada. Aqui em Natal temos pouca doação. Pacientes daqui estão indo para Fortaleza fazer o transplante. O procedimento ainda não existe no sistema privado. 

Fonte:http://nominuto.com