Melhor jogador do mundo perde três gols feitos, repete Figo em 2002 e dá adeus à Copa ainda na primeira fase. Africanos também voltam para casa
Ter o melhor jogador do mundo apenas não basta - ainda mais longe de sua
melhor forma. É preciso qualidade e um elenco competitivo para ir longe
na Copa do Mundo. Tudo o que faltou a Portugal em 2014. Em mais uma
atuação recheada de erros individuais, a seleção de Cristiano Ronaldo
apenas confirmou o que já estava desenhado após as duas primeiras
rodadas. Até venceu Gana por 2 a 1 na tarde desta quinta-feira, no
Estádio Mané Garrincha, em Brasília, o que impediu a pior campanha da
história em Mundiais - a de 1986, no México, ainda é a mais fraca -, mas
foi eliminada ainda na fase de grupos. A seleção africana também deu
adeus à competição com o resultado.
Semifinalista da última Eurocopa, Portugal viu o adeus melancólico em
Copas de uma geração importante de jogadores. Sofreu com seguidas lesões
musculares e até mesmo com a falta de qualidade de alguns atletas.
Perdeu na dificuldade de Éder dominar as bolas, nos espaços deixados por
João Pereira, na falta de inspiração de João Moutinho. Mas
principalmente na expulsão de Pepe contra a Alemanha. O saldo de gols
acabou sendo decisivo para o desempate com os Estados Unidos.
Cristiano Ronaldo até tentou, mas falhou na hora decisiva. Discreto nos
dois primeiros jogos, foi eleito o homem do jogo contra Gana. Poderia
ter ido além. Fez o gol da vitória única de Portugal na Copa, mas perdeu
outras três ótimas chances para marcar. Exatamente os três gols que
faltaram para a classificação. De quebra, repetiu a história de Figo,
eleito o melhor do mundo em 2001 e também eliminado na fase de grupos no
Mundial do ano seguinte.
Para os ganeses, nem mesmo o incentivo financeiro com o pagamento
atrasado da premiação pela classificação à competição adiantou. O Grupo G
terminou com Alemanha e Estados Unidos avançando para as oitavas de
final.
Erros, erros e mais erros
Ter a posse de bola nem sempre significa estar mais perto do gol. É preciso tratá-la com carinho, acertar os passes para que o domínio resulte em chances claras. Algo que Portugal passou longe de conseguir nesta Copa do Mundo. O primeiro tempo contra Gana foi apenas uma repetição do futebol apresentado contra Alemanha e Estados Unidos: erros infantis de passe, pouca movimentação e espaços na defesa. A seleção africana também não fugia à regra. Sem dois de seus principais jogadores, já que Muntari e Boateng foram suspensos por indisciplina pela própria federação de futebol do país, foi dominada e assustou apenas em duas finalizações de Gyan. O tempo corria, Alemanha e Estados Unidos empatavam.
A "Ola" organizada pela torcida antes dos 15 minutos já dava a tônica do jogo morno que rolava no gramado. Com novos problemas médicos, o técnico Paulo Bento mudou a escalação. Veloso foi improvisado na lateral esquerda, William Carvalho entrou no meio e o volante Ruben Amorim ganhou a vaga do meia Raul Meireles. Teoricamente, tornou ainda mais defensivo um time que precisa de gols para avançar. A insistência em lançamentos longos na direção de Cristiano Ronaldo não dava certo. O tempo corria contra as duas seleções. Em um dia em que até o melhor jogador do mundo perde um gol de cabeça na pequena área, a eliminação ainda na fase de grupos parecia questão de tempo.
Ter a posse de bola nem sempre significa estar mais perto do gol. É preciso tratá-la com carinho, acertar os passes para que o domínio resulte em chances claras. Algo que Portugal passou longe de conseguir nesta Copa do Mundo. O primeiro tempo contra Gana foi apenas uma repetição do futebol apresentado contra Alemanha e Estados Unidos: erros infantis de passe, pouca movimentação e espaços na defesa. A seleção africana também não fugia à regra. Sem dois de seus principais jogadores, já que Muntari e Boateng foram suspensos por indisciplina pela própria federação de futebol do país, foi dominada e assustou apenas em duas finalizações de Gyan. O tempo corria, Alemanha e Estados Unidos empatavam.
A "Ola" organizada pela torcida antes dos 15 minutos já dava a tônica do jogo morno que rolava no gramado. Com novos problemas médicos, o técnico Paulo Bento mudou a escalação. Veloso foi improvisado na lateral esquerda, William Carvalho entrou no meio e o volante Ruben Amorim ganhou a vaga do meia Raul Meireles. Teoricamente, tornou ainda mais defensivo um time que precisa de gols para avançar. A insistência em lançamentos longos na direção de Cristiano Ronaldo não dava certo. O tempo corria contra as duas seleções. Em um dia em que até o melhor jogador do mundo perde um gol de cabeça na pequena área, a eliminação ainda na fase de grupos parecia questão de tempo.
Nem mesmo a motivação financeira animava Gana a buscar a classificação,
algo bem menos complicado do que o sonho português. Substitutos de
Muntari e Boateng, o meia Badu e o atacante Waris pouco apareciam.
Diante de tantos erros individuais, só mesmo um gol contra para tirar o
zero do placar. Veloso cruzou da esquerda e o zagueiro Boye cortou
errado. A bola ainda bateu no travessão e na trave antes de entrar. Um
retrato da sofrível campanha da seleção de CR7 no Mundial Assim como no
último lance da etapa: João Pereira demorou tanto para bater o lateral
que o juiz encerrou o jogo quando quase todo o time de Portugal esperava
pela bola na área.
CR7 desencanta, mas falha no fim
A história do jogo mudou em um minuto. O tempo corria, mas parou por um instante. Em Recife, Müller colocou a Alemanha em vantagem e deu um pouco de esperança ao Mané Garrincha. Segundos depois, Gana chegou ao empate em Brasília. Cruzamento de trivela de Asamoah, gol de cabeça de Gyan. A alegria mudou de lado, assim como o apoio da torcida: mais um gol daria a vaga a Gana. Waris teve a chance de ouro, mas cabeçeou para fora.
A história do jogo mudou em um minuto. O tempo corria, mas parou por um instante. Em Recife, Müller colocou a Alemanha em vantagem e deu um pouco de esperança ao Mané Garrincha. Segundos depois, Gana chegou ao empate em Brasília. Cruzamento de trivela de Asamoah, gol de cabeça de Gyan. A alegria mudou de lado, assim como o apoio da torcida: mais um gol daria a vaga a Gana. Waris teve a chance de ouro, mas cabeçeou para fora.
Cristiano olhava para o céu inconsolável. O tempo corria e ele parecia
não acreditar que estava perto de repetir a história de Figo. Jogando
quase sozinho diante de tantos erros, o capitão quase não tinha mais
forças para lutar. Só não saiu zerado da Copa graças ao goleiro Dauda,
que falhou e entregou a bola em seus pés no segundo gol português. E, em
um reflexo do grupo limitado que o cerca, ainda falhou quando mais se
esperava dele: desperdiçou mais duas boas chances antes do apito final.
O tempo não foi suficiente para Gana, que chegou a ficar a apenas um
gol da classificação. O mesmo tempo correu para Portugal. Dois anos mais
velha, a geração semifinalista da Eurocopa de 2012 deixa o Brasil ainda
na fase de grupos. Só Cristiano Ronaldo não basta.
Fonte: http://globoesporte.globo.com
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