Ex-senadora Marina Silva (AC) foi confirmada para a vaga de vice na chapa.
Convenção nacional chancelou aliança entre PSB, PPS, PPL, PRP e PHS.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) oficializou neste sábado (28), durante convenção nacional, em Brasília, a candidatura do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos à Presidência da República na eleição deste ano. A legenda também chancelou a indicação da ex-senadora Marina Silva (AC) para a vaga de vice na chapa.
O evento partidário ocorreu a dois dias da data-limite para a
realização das convenções que irão confirmar os candidatos para a
disputa eleitoral de outubro. No mesmo ato que lançou a candidatura de
Campos, também foi confirmada a coligação "Unidos pelo Brasil", aliança
entre PSB, PPS, PPL, PRP e PHS.
Em uma votação simbólica, os delegados da coligação de apoio à chapa
formada por Campos e Marina ergueram as mãos para confirmar a aprovação
da aliança.
Chancelada para a disputa eleitoral, a ex-senadora do Acre discursou no
evento partidário antes de Eduardo Campos e ainda foi apresentada aos
militantes do PSB pelo próprio candidato a presidente.
Em sua manifestação, Marina, que é conhecida por sua militância em
defesa do meio ambiente, propôs uma política capaz de aliar o aumento
capacidade de produção com a proteção ambiental.
“Outro ponto [do nosso projeto de governo] é a necessidade histórica de
sair do modelo predatório de desenvolvimento, que, para produzir os
bens e serviços de que necessitamos, usa os recursos naturais. Temos o
compromisso com a mudança do modelo de desenvolvimento predatório para o
modelo sustentável de desenvolvimento”, enfatizou.
Segundo ela, é preciso “aumentar a produção, investindo em ciência,
tecnologia e inovação”. “Um modelo para ser sustentável precisa fazer
com que essa sustentabilidade possa acontecer do ponto de vista social,
mas também ambiental.”
Aliado da coligação encabeçada por Eduardo Campos, o presidente do PPS,
deputado Roberto Freire (SP), declarou em seu discurso na convenção que
é preciso superar “o processo de degradação política” do Brasil.
Segundo ele, a política nacional atualmente se baseia no “fisiologismo” e
no gasto excessivo.
“Nós estamos assistindo a uma verdadeira salada de partidos se
juntando, e o governo, com fisiologismo, clientelismo e seus 39
ministérios, se ajustando para ter tempo de televisão e não para um
projeto para o Brasil”, criticou o dirigente da sigla oposicionista.
Freire disse ainda que o PPS está se unindo ao PSB por acreditar que
Eduardo Campos “representa uma agenda de desenvolvimento” para o país.
Para ele, o governo da presidente Dilma Rousseff promoveu ações
“populistas”, que visavam resultados imediatos. “[Foram feitas] erradas
escolhas para um populismo fácil, desconsiderando as futuras gerações,
cuidando apenas dos seus quatro ou oito anos de governo”, criticou.
Rede Sustentabilidade
Apesar de ainda não terem obtido registro junto à Justiça Eleitoral, os integrantes da Rede Sustentabilidade, legenda criada por Marina Silva, participaram da convenção como observadores. Por meio de um acordo com a cúpula do PSB, os aliados da ex-ministra do Meio Ambiente receberam guarida no partido até a Rede regularizar sua situação jurídica.
Apesar de ainda não terem obtido registro junto à Justiça Eleitoral, os integrantes da Rede Sustentabilidade, legenda criada por Marina Silva, participaram da convenção como observadores. Por meio de um acordo com a cúpula do PSB, os aliados da ex-ministra do Meio Ambiente receberam guarida no partido até a Rede regularizar sua situação jurídica.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou no ano passado o registro à Rede porque
a legenda não comprovou apoio mínimo. A aliança com o PSB, anunciada
poucos dias depois de a Corte eleitoral barrar o partido de Marina,
assegurou que a ex-senadora e outros integrantes da Rede obtivessem
condições de se candidatar nas eleições de 2014.
Neste sábado, Marina Silva comentou o fato de o TSE ter negado registro
para a Rede. Sem citar nomes, a ex-senadora afirmou que houve uma
tentativa de "eliminar prematuramente" sua legenda do cenário eleitoral.
“Tentando nos eliminar prematuramente, nos deram a oportunidade de nos
juntar para nos fortalecer. Talvez não prematuramente, mas no tempo da
adversidade em que a gente junta o possível para criar o aparentemente
impossível”, destacou.
Nos últimos meses, durante o processo de construção dos palanques
regionais, PSB e Rede manifestaram divergência em relação a alianças
estaduais, sobretudo em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas
Gerais. Recentemente, Marina criticou a decisão do PSB de apoiar a
candidatura à reeleição do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Em nota, ela afirmou considerar “equívoco” a união do PSB com Alckmin.
Na última quinta-feira (26), a executiva da Rede Sustentabilidade divulgou nota oficial
para negar problemas com o PSB. No comunicado, a legenda de Marina
citou “noticiário recente que trata de supostas dificuldades no
relacionamento” entre as duas siglas. Segundo a Rede, há união com o
partido de Eduardo Campos em relação à disputa pela Presidência.
Ao longo de seu discurso, Marina minimizou recentes desentendimentos
com o PSB e comparou a relação entre as duas siglas, que teve início em
outubro do ano passado, com uma "gestação".
"E para os que veem na gestação a beleza de colocar uma vida no mundo,
nós ficamos muito felizes de poder, nesses nove meses, estar aqui para
dizer que essa criança nasceu", ressaltou a candidata a vice de Campos.
Marina disse ainda que promoverá uma “mudança de qualidade” no Brasil
caso ela e Campos vençam a eleição de outubro. Segundo ela, é preciso
transformar o país e, ao mesmo tempo, “preservar conquistas obtidas nas
últimas décadas, como controle da inflação e responsabilidade fiscal.
Fonte: http://g1.globo.com
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