Estrela belga fica escondida a maior parte do jogo, quebra gelo na reta final e deixa atacante, substituto de Lukaku, livre para fazer o gol da vitória
Na arquibancada do Maracanã, um torcedor tirou um breve cochilo,
e outros tantos gritaram "times sem vergonha". A Bélgica acordou.
Tarde, mas a tempo de mostrar que seu caminho é estar entre os grandes
do futebol. Com uma vitória por 1 a 0 sobre a Rússia, neste domingo,
garantiu sua classificação no Grupo H para as oitavas de final da Copa
do Mundo. Contou com a aparição final de seu craque Hazard e o gol de
Origi aos 43 minutos do segundo tempo. Na última rodada, terá a Coreia
do Sul pela frente. Já os russos enfrentam os argelinos e ainda possuem
uma ponta de esperança, dependendo de uma combinação de resultados.
Coreia e Argélia jogam às 16h deste domingo (de Brasília).
A expectativa em torno da Bélgica se concretizou nos primeiros minutos
de jogo. Com domínio da bola, deixava a Rússia acuada, mas sem conseguir
uma grande jogada capaz de assustar o goleiro Akinfeev. Sem poder
contar com uma boa atuação de Hazard e Lukaku, a seleção belga passou a
explorar o lado direito de seu ataque com Mertens, autor de um dos gols
na virada sobre a Argélia na primeira rodada.
No entanto, quem precisou trabalhar primeiro foi o goleiro Courtois. Em
uma boa jogada de Shatov, a bola ficou com Fayzulin, que chutou de
esquerda, da entrada da área, obrigando o camisa 1 da Bélgica a fazer
grande defesa no canto direito.
Mertens, então, começou a aparecer mais efetivamente e levou a defesa
da Rússia à loucura, principalmente, o lateral-esquerdo Kombarov, vítma
de uma sequência de dribles, capaz de empolgar os torcedores belgas. No
entanto, faltou pontaria nas finalizações e mais capricho nos
cruzamentos.
A Bélgica perdeu aos 30 minutos o lateral-esquerdo Vermaelen, que havia
sentido um problema no joelho esquerdo ainda no aquecimento. Vertonghen
entrou em seu lugar, mas não mudou o ritmo da seleção belga.
No entanto, aos 44 minutos, a Rússia teve a melhor chance de abrir o
marcador. Em uma de suas poucas investidas no ataque, o volante
Glushakov cruzou da esquerda, e Kokorin cabeceou livre, nas costas de
Kompany, mas a bola foi para fora, deixando o grito de gol guardado para
o segundo tempo.
A Rússia voltou do intervalo ficando mais tempo com a bola e aumentou o
número de jogadores no campo de defesa da Bélgica. A troca de passes no
meio-campo russo melhorou, e Glushakov teve uma boa chance aos nove
minutos, chutando cruzado por cima do gol de Courtois.
A Bélgica demorou para se encontrar no segundo tempo. Até Kombarov,
vítima de Mertens na primeira parte do jogo, encontrou espaço e
oportunidade para se aproximar do ataque com certo perigo.
Com a dificuldade, o técnico Marc Wilmots resolveu mudar. Ele tirou o
atacante Lukaku e colocou Origi, aos 13 minutos do segundo tempo,
repetindo uma substituição feita na vitória sobre a Argélia, que
melhorou o poderio ofensivo naquele jogo.
Por lesão, o técnico Fabio Capello fez sua primeira mudança, tirando
Kozlov, colocando Eshchenko. Manteve a estrutura do time, que vinha
sendo mais efetivo do que a Bélgica, controlando bem o confronto.
Na tentativa de mudar o jogo, Wilmots fez uma mudança tática,
invertendo Mertens e Hazard de lado. Mesmo assim, não conseguia ficar
com a bola, nem ser perigoso no ataque, sucumbindo a marcação da seleção
da Rússia, com Glushakov e Fayzulin preenchendo bem os espaços no meio
do campo.
A Bélgica se defendia, e a Rússia se soltava. O inverso do que se
esperava no início do confronto. Aos 30 minutos, Wilmots fez última
mudança. Ele tirou Mertens, que havia sumido do jogo no segundo tempo e
colocou Mirallas.
A reta final do jogo apresentou dois time sentindo o cansaço. Aos 36,
Eshchenko teve boa chance, mas chutou para fora. Pouco depois, Capello
colocou Dzagoev em campo no lugar de Shatov. Mas quem resolveu aparecer
para o jogo foi Hazard. Aos 39, bateu falta na trave. Em seguida, fez
grande jogada dentro da área, mas a bola parou na defesa russa. A
torcida brasileira não perdoou e gritou "times sem vergonha".
Mas Hazard tinha uma carta na manga. Em grande jogada pelo lado
esquerdo, encontrou Origi no meio da área para fazer o gol salvador e
garantir a vitória belga, aos 43 minutos do segundo tempo. Agora, com a
certeza de que estará nas oitavas de final de uma Copa do Mundo, como
aconteceu na sua última participação em 2002.
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