Corte eleitoral alterou o número de deputados federais em 13 estados.
Renan Calheiros classificou ato do tribunal de 'usurpação' de prerrogativas.
O presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
anunciou nesta quarta-feira (28) que entrará com ação no Supremo
Tribunal Federal (STF) para tentar derrubar a decisão do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) que alterou o número de deputados federais em
13 estados brasileiros.
Na sessão desta terça (27), os ministros do TSE decidiram, por
unanimidade, ratificar resolução de 2013 da própria Corte que havia
alterado o tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados já para as
eleições de outubro deste ano. Com a decisão de abril do ano passado, a
bancada de oito unidades da federação diminuiu e de outras quatro
cresceu. A decisão gerou críticas entre os congressistas, que,
inconformados, aprovaram sete meses depois projeto de decreto
legislativo anulando a decisão da Justiça Eleitoral.
A medida foi confirmada pelo tribunal mesmo após os congressistas terem
aprovado, em novembro do ano passado, projeto de decreto legislativo
que anulava a decisão anterior do TSE.
Segundo Renan, após aprovação das Mesas Diretoras da Câmara e do
Senado, será protocolada no STF uma Ação Declaratória de
Constitucionalidade (ADC) com o objetivo de validar o decreto
legislativo e manter o número atual de deputados federais. Para o
presidente do Congresso, a decisão do TSE é uma “usurpação” das
prerrogativas do Congresso e “amplia a insegurança do processo
político”.
“Vamos entrar com uma Ação Declaratória de constitucionalidade. Há uma
clara usurpação da competência do congresso. A democracia perde com isso
e é importante que tenhamos reação proporcional. Essas coisas
apequenam", enfatizou.
Renan Calheiros afirmou que se reunirá nesta quarta com o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), para discutir o assunto, mas
destacou que a “decisão política” de recorrer da posição do TSE está
tomada.
“É uma intromissão indevida, usurpação de competência. Só por lei
complementar você pode refazer a decisão política do Congresso Nacional.
Alagoas perde um deputado, mas mesmo se ganhasse o TSE estaria
usurpando a competência do Congresso Nacional”, disse.
Mais cedo nesta quarta, o presidente da Câmara também criticou a
decisão do TSE e reclamou da falta de “diálogo” da Justiça eleitoral com
o Legislativo. "Uma medida dessa, se tivesse sido conversada antes
conosco, [com a possibilidade de] abrir um diálogo... Mas tomada assim,
de repente, sem ter nenhuma noção do que aconteceria, uma decisão por
unanimidade do Congresso Nacional cria realmente um mal-estar", disse
Alves.
Novo cálculo
O novo cálculo do número de deputados federais de cada unidade da federação foi feito com base em dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última alteração nas bancadas federais, que estabeleceu o total de 513 cadeiras na Câmara, havia ocorrido em 1993.
O novo cálculo do número de deputados federais de cada unidade da federação foi feito com base em dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A última alteração nas bancadas federais, que estabeleceu o total de 513 cadeiras na Câmara, havia ocorrido em 1993.
Pela resolução do TSE, os estados de Alagoas, Espírito Santo,
Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul perderão uma
cadeira na Câmara dos Deputados. Já Paraíba e Piauí perderão dois
deputados.
Por outro lado, Amazonas e Santa Catarina irão ganhar mais uma cadeira
no parlamento. Ceará e Minas Gerais passarão a ter mais dois deputados. O
Pará foi o maior beneficiado pela mudança nas regras: o estado do Norte
irá aumentar sua representação de 17 para 21 deputados. O estado de São
Paulo continuará com 70 cadeiras.
Fonte: http://g1.globo.com
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