No embalo da torcida que lotou o Maracanãzinho, Rubro-Negro derrota o último campeão do torneio e levanta taça inédita para o basquete
Uma campanha impecável. Foi assim que o Flamengo terminou
com o título inédito e invicto da Liga das Américas 2014 - a
"Libertadores do basquete". No embalo de uma torcida barulhenta, que
encheu o Maracanãzinho na noite deste sábado (8.701 presentes e 7.404
pagantes), e com o apoio do ídolo Oscar Schmidt,
o Rubro-Negro derrotou o Pinheiros, último vencedor do torneio, por 85 a
78. O time da Gávea superou o retrospecto ruim diante dos paulistas e
podem se orgulhar de serem os reis das Américas. O resultado, além de
ser inédito na história do esporte do clube,
ainda garante vaga no Mundial, que será disputado no Brasil, na primeira
semana de outubro, contra o campeão da Euroliga.
O Aguada, do Uruguai, ficou com a terceira colocação
ao bater o Halcones Xalapa, do México, na prévia. É a terceira vez que
um time do Brasil conquista a Liga das Américas de basquete. O Brasília
foi campeão na temporada 2008/2009. No ano passado, a taça ficou com o
Pinheiros. E esse ano, com o Flamengo.
- Era o
título que faltava ao Flamengo. Todos estão de parabéns. Foi um jogo
nervoso, de dois times que são ofensivos, mas erraram bastante, algo
comum em um jogo único e em uma final como essa. Mas conseguimos buscar
os pontos nos momentos decisivos do jogo e entramos para a história do
Flamengo. É o título mais importante da minha vida, claro, e também de
todos os jogadores desse time - disse José Neto, técnico do Flamengo.
Shamell,
do Pinheiros, terminou como o cestinha da decisão, com 25 pontos
anotados. Logo atrás apareceu Marcelinho, do Flamengo, com 24.
o jogo
Um jogo estudado. Não poderia ser diferente. Aplicados na
defesa, Flamengo e Pinheiros não se arriscavam muito. Enquanto os
rubro-negros trabalhavam a bola à procura de uma brecha no garrafão
adversário, os visitantes usavam e abusavam dos tiros de três,
principalmente com Joe Smith e Jonathan Tavernari. Se o aproveitamento
nos chutes não era bom, nos rebotes ofensivos a história era outra.
Foram quatro na primeira metade do quarto, enlouquecendo a torcida na
arquibancada. Em contrapartida, o Flamengo também dominava a área
pintada dos paulistas. Olivinha e Meyinsse iam pontuando e dando
vantagem ao Rubro-Negro. O americano era forte sob a tabela contra os
valentes Morro e Mineiro.
Para mudar o panorama no seu garrafão, Mortari colocou Babby. A mudança deu certo, e o pivô se destacou com oito pontos e um rebote ofensivo. O Flamengo também veio modificado com Washam no lugar de Marquinhos. O americano, ao lado de Meyinsse e Olivinha, manteve a produtividade no garrafão ofensivo na primeira metade do quarto.
Com
o intuito de descansar Laprovittola e Meyinsse, José Neto mexeu na
equipe, que sentiu. Babby passou a reinar absoluto debaixo da tabela.
Shamell e Joe Smith, com duas bolas de três, fizeram com que a
diferença, que chegou a ser de 11 pontos, se diluísse para apenas um.
Humberto, que também veio do banco, com uma bola de fora, colocou os
visitantes na frente por dois (35 a 33).
O cenário da volta do intervalo foi o mesmo dos quartos
anteriores. Babby continuava sendo um tormento no garrafão flamenguista,
onde anotou cinco pontos seguidos, empatando a partida em 50 a 50.
Marquinhos continuava no banco desde a metade do segundo período, e o
Pinheiros aparentava estar mais ajustado em quadra.
No período final, o espírito de decisão ficou latente nas
equipes. Nervosas, não conseguiam colocar a bola para dentro da cesta, o
que se refletiu no baixo placar nos primeiros minutos (5 a 4 para o
Pinheiros). Aproximando do fim do duelo, a torcida estava tensa e
calada. Precisou uma sequência dos cariocas para que o Maracanãzinho se
transformasse em um verdadeiro caldeirão. E ela veio através de uma bola
de três de Marcelinho, uma cravada de Marquinhos e uma cesta de
Meyinsse, que colocaram a diferença em seis pontos (76 a 70), restando
2min16s.
Acuado, Mortari pediu tempo. O Pinheiros
acelerava seu jogo, o Flamengo cadenciava. A torcida, de pé, "entrou" em
quadra e não saiu mais. A cada ataque, incentivos; a cada defesa, vaias
ao rival. O jogo ficou truncado, com disputas intensas no garrafão e
faltas. Os times aproveitavam seus lances, o que beneficiava os donos da
casa.
Faltando 38 segundos, o Flamengo vencia por
cinco pontos. A posse de bola era do Pinheiros. Rapidamente, Shamell
anotou mais dois. No ataque seguinte, Laprovittola, que fez partida
muito apagada, escorregou e perdeu a bola. Só que o craque da equipe
paulista também vacilou na tentativa para empatar a decisão. Com um erro
de passe, o ala mandou a bola nas mãos de Tony Washam. Marcelinho
sofreu a falta, acertando dois lances livres (85 a 78). Shamell teve
mais uma chance, mas desperdiçou.
Explosão no
Maracanãzinho. O Flamengo chegou ao seu primeiro título da "Libertadores
do basquete". O time da Gávea iguala o feito do futebol, que, em 1981,
com Zico e cia., conquistava as Américas.Fonte: http://globoesporte.globo.com
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