Sob olhares de Rivaldo, Sapo perde chance atrás de chance e empata sem gols no Romildão. Carcará do Sertão faz partida burocrática e se despede da temporada
É simples dizer que o Mogi Mirim garantiu nesta sexta-feira uma vaga na Série B do Campeonato Brasileiro. Tão simples que soa até injusto, pois não representa o tamanho do feito da equipe paulista. Mais verdadeiro é falar que o time que quase fechou as portas por falta de dinheiro conquistou a redenção. Que o clube administrado solitariamente por um ex-jogador superou as dificuldades e foi o primeiro a carimbar o passaporte de saída da terceira divisão. Que o time, com o perdão que o trocadilho me permite, comprovou que vale muito ser Sapo em um torneio sem príncipes. Esse, sim, é o peso da conquista desta sexta-feira, sacramentada com o empate por 0 a 0 com o Salgueiro, no Romildo Ferreira - estádio que, entre todos os problemas, quase ficou fora da festa, após a queda de uma das torres de iluminação no fim de semana.
Não que os pernambucanos não tenham sido bravos até o fim. Terceiro colocado no estadual, quando bateu o Santa Cruz no Arruda, o Salgueiro caiu de pé. Preparou-se para encarar o Mogi desde o início da semana (viajou os mais de dois mil quilômetros que separam as cidades na terça-feira) e encurralou o time da casa em alguns minutos. Faltou, talvez, uma participação mais efetiva do artilheiro da equipe. Anderson Paraíba ficou fora do primeiro jogo e pouco fez nesta tarde. Kiros foi quem mais criou, mas estava com o pé descalibrado. Sem o camisa 10 inspirado, não restou muito a não encerrar a participação na temporada.
O Mogi, ao contrário, continua em atividade. Livre do rebaixamento no Paulistão somente na última rodada, entrou na Série C como mero coadjuvante e tem a chance de ser protagonista. Na verdade, já é. O Sapo não só tem presença assegurada na edição de 2015 da Série B, mas também é o primeiro time classificado para a semifinal da Série C e aguarda quem passar do duelo entre Tupi e Paysandu, neste sábado. Os paraenses têm ligeira vantagem, por terem vencido a primeira partida por 2 a 1, no Mangueirão. De qualquer forma, entra como azarão, pelo peso da camisa do Papão ou pela campanha dos mineiros, líder do grupo do Sapo. O que, a história mostra, não é um problema para quem passou por tanto para chegar até aqui. Os comandados de Rivaldo sabem o caminho para superar situações adversas.
O jogo
O calor absurdo de Mogi Mirim impediu que a partida tivesse um nível técnico mais elevado. Não faltaram chances, é verdade, mas só depois que os times acostumaram-se à temperatura. Ao seu ritmo, o Sapo foi superior em boa parte do primeiro tempo, especialmente com a velocidade de Valdir na ponta direita, mas não soube matar o jogo. Everton Heleno, por cima, e Nando, em uma pancada no travessão, passaram perto de tirar o grito da torcida. De tanto desperdiçar, o time da casa motivou os visitantes, até então acuados no Romildão. O Salgueiro chegou pouco à frente, mas passou perto de balançar as redes duas vezes com Kiros, em cobranças de falta. Não era permitido errar, pois o preço seria enorme.
A necessidade de vencer alertou o Salgueiro, que voltou mordendo para o segundo tempo. Fabrício Ceará só não colocou mais fogo no jogo porque Mauro, tal qual na primeira partida, fez milagre em defesa no contrapé (Kiros, pressionado pela marcação, ainda mandou o rebote por cima do travessão, na melhor oportunidade dos visitantes). O Mogi acordou aos poucos, após a entrada de Thomás Anderson. Vitinho, em jogada de craque, e Valdir, por cima, fizeram bonito, mas ainda faltou o capricho do último chute, do passe final, daquele toque que mataria o jogo. Magal quase o fez, em arrancada que levantou a torcida. Nem precisava. Para o Mogi, bastava segurar. A missão estava completa.
Fonte:http://globoesporte.globo.com
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