O ídolo do Flamengo e da seleção brasileira criticou duramente a CBF por não apoiar os clubes na formação e manutenção de atletas no país, inclusive financeiramente.
A
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não faz nada pelo esporte no
país, disse hoje (10) o ex-jogador Zico. O ídolo do Flamengo e da
seleção brasileira criticou duramente a CBF por não apoiar os clubes na
formação e manutenção de atletas no país, inclusive financeiramente. "A
CBF só usufrui dos nomes dos jogadores, arrecada, tem não sei quantos
patrocinadores, mas não faz nada para melhorar o futebol brasileiro",
afirmou o jogador, no Rio de Janeiro. Procurada pela Agência Brasil, a CBF não comentou.
Para
Zico, um dos maiores problemas do futebol brasileiro é a ausência de
escolas de formação de atletas e condições para o país reter talentos,
desafios que recaem sobre os clubes. Segundo ele, a CBF, além de não
auxiliar os times nessas tarefas, tira proveito. “É muito fácil um clube
sofrer, passar cinco anos preparando jogador e a CBF vai, pega, leva
para seleção dela, é campeã da [categoria] sub-17 e sub-18, mas não deu
uma ajuda sequer ao clube”, criticou.
Ex-jogador de três copas,
Zico disse que jovens atletas devem ter o direito de buscar melhores
condições de vida no exterior, mas, em defesa do esporte nacional, os
clubes no Brasil devem ser fortalecidos pela entidade. “Ninguém pode
impedir o direito do jovem, mas a CBF podia ajudar os clubes, fazer com
que tivessem mais poder”, completou. Para ele, se criou um mito de que é
preciso jogar em times europeus, “como se o futebol brasileiro não
fosse importante”.
Para reverter o quadro, Zico defende que os
próprios clubes, que escolhem a diretoria da CBF, opinem sobre o uso dos
recursos da organização. “A politica atual não está sendo benéfica ao
futebol brasileiro, mas aos clubes europeus. E a CBF senta na cadeira,
muito cômoda. A hora que precisa, traz os jogadores, não paga nada.
Lamento profundamente que os clubes estejam comprometidos com a eleição
do presidente, mas não tenham o apoio que deveriam ter”.
Zico
também criticou a ausência de cursos para comissão técnica; a escolha de
jogadores de base por características físicas, em vez do talento; e a
ausência de torcedores nos estádios. "O Brasil é tido como país do
futebol, mas tem 7 mil, 8 mil pessoas [por jogo] nos estádios. A
Alemanha tem 40 mil, 50 mil, 60 mil. Quer dizer, que país do futebol é
esse?", questionou. “Os clube estão enfraquecidos, os melhores jogadores
não estão aqui”, justificou, sobre o baixo comparecimento do público.
As
declarações foram dadas em dia de decisão da Copa SOC14L, que promoveu
um campeonato de futebol entre times de projetos sociais atendidos em
comunidades cariocas.
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