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domingo, 1 de junho de 2014

Copa 2022: jornal denuncia propinas de R$ 11,1 milhões para favorecer Catar

"Sunday Times" diz ter provas que Mohamed bin Hammam enviou dinheiro a dirigentes africanos para influenciar na eleição da Fifa em 2010


O jornal inglês “Sunday Times” publica na edição deste domingo uma reportagem dizendo ter provas que Mohamed bin Hammam, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e ex-presidente da Federação Asiática de Futebol, pagou US$ 5 milhões (R$ 11,1 milhões) em propinas a dirigentes para ajudar o Catar a ser escolhido como sede da Copa do Mundo de 2022.

Homem-forte do futebol no Catar, Bin Hammam foi banido pela Fifa em dezembro de 2012, cerca de dois anos depois de o país ter sido indicado como sede do Mundial (a Copa de 2018 será na Rússia).

De acordo com o “Sunday Times”, vários documentos – como e-mails, cartas e transferências bancárias – provam que o dirigente catari usou dinheiro para influenciar na escolha da sede do Mundial de 2022. A reportagem assegura que Bin Hammam enviou dinheiro diretamente a dirigentes africanos para ganhar o apoio à candidatura do país asiático.

A reportagem diz que a maioria das pessoas que recebeu dinheiro não tinha direito a voto no Comitê Executivo da Fifa, mas poderiam trabalhar para influenciar a decisão dos quatro membros africanos que participariam da eleição.

Outra acusação do “Sunday Times” é de que Bin Hammam pagou € 305 mil (R$ 930 mil) ao taitiano Reynald Temari, também ex-participante do Comitê Executivo, para “cobrir despesas legais”. Temari estava suspenso e não poderia votar na eleição da Copa, mas os documentos do jornal provariam que ele usou os recursos do catari para recorrer da punição, adiar sua exclusão do Comitê Executivo e evitar que seu substituto, David Chung, votasse na candidatura da Austrália.


O “Sunday Times” levanta ainda questionamentos sobre a relação de Bin Hammam e Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, ex-vice-presidente da Fifa e ex-membro do Comitê Executivo: o dirigente de Trinidad e Tobago teria recebido US$ 1,6 milhão (R$ 3,5 milhões) do catari em um período anterior ao voto.
O governo do Catar negou que Bin Hammam tenha se envolvido na candidatura à Copa de 2022. Investigador contratado pela Fifa para apurar denúncias de corrupção na entidade, Michael Garcia já está estudando as acusações de propinas sobre as eleições das Copas de 2018 e 2022.

A Inglaterra tentou sediar o Mundial de 2022, mas saiu logo na primeira rodada de votação com apenas dois votos. Desde então, a imprensa britânica tem investigado a eleição da Fifa e denunciado irregularidades. Para o “Sunday Times”, as provas recolhidas pelo jornal devem colocar pressão na entidade para rever o processo de escolha da Copa no Catar.

O Catar foi escolhido pelo Comitê Executivo da Fifa como sede da Copa de 2022 em eleição realizada em dezembro de 2010. Na ocasião, a Rússia também venceu a votação para receber o Mundial de 2018. O Catar bateu Coréia do Sul, Austrália, Estados Unidos e Japão na votação. Vários pleitos foram realizados pelo Comitê, até que um candidato tivesse mais de 50% dos votos. A Fifa não divulgou quantas rodadas de votação foram feitas nos casos de Catar e Rússia.

Fonte: http://globoesporte.globo.com

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