Há 301 jogos com superioridade, catalães enfrentam o que poderá ser o grande rival da atual geração. GLOBOESPORTE.COM transmite ao vivo
Ter mais posse de bola significa ser atacado por menos tempo e, consequentemente, ver as chances de sofrer um gol serem reduzidas. A frase parece tão óbvia e simples, mas foi com ela que o Barcelona se transformou numa das maiores equipes de futebol de todos os tempos. Nos últimos anos, houve os que conseguiram anulá-la com forte marcação, como o Chelsea e Real Madrid, mas enfrentá-la e superá-la em condições de igualdade ainda não se viu. Nesta terça-feira, a partir das 15h45m (de Brasília), pelo primeiro jogo da semifinal da Liga dos Campeões, a geração de Xavi, Iniesta e Messi terá pela frente um adversário que tentará colocar o modelo em prova. Trata-se do Bayern de Munique, segundo maior dono da posse no torneio e motivado por sua torcida na Allianz Arena. Na quarta, também na Alemanha, Borussia Dortmund e Real Madrid farão a outra semifinal.As estatísticas a favor do Barcelona impressionam qualquer um. São 301 jogos seguidos com maior posse de bola do que qualquer adversário. Quando foi inferior, no dia 7 de maio de 2008, ainda sob o comando de Frank Rijkaard, o Real Madrid apareceu com 50,5%. Apenas meio porcento a mais na goleada merengue por 4 a 1, pela antepenúltima rodada do já definido Campeonato Espanhol da temporada.
Desde aquele jogo, o Barça atuou por 186 vezes no Espanhol, 62 na Liga dos Campeões, 39 na Copa do Rei, oito na Supercopa da Espanha, quatro no Mundial de Clubes e dois na Supercopa da Europa. Rijkaard participou de duas partidas desta sequência e abriu o caminho para Pep Guardiola se consagrar com 247. Tito Vilanova e Jordi Roura acumulam 52.
Foi na atual edição da Liga dos Campeões que o Barcelona chegou à sua posse recorde. Durante o confronto diante do Celtic, fora de casa, os catalães atingiram 89% (terminaram com 72%). Por obra do destino, acabaram derrotados por 2 a 1. Os números, porém, ajudaram o time de Lionel Messi a alcançar 68% de média, contra 57% do Bayern - o segundo geral.
Como consequência, entre os passes o panorama é o mesmo. De acordo com a página oficial da Uefa, o Barcelona trocou ao longo da competição 7.910 passes, com 83% de índice de acerto. O Bayern aparece bem atrás, com 6.011 (e 76%). Entre os jogadores, os destaques são Xavi, com 1.143 toques, e Lahm, o melhor do Bayern e quinto geral, com 667.
- Acho que nenhum dos times vai dominar. O jogo vai ter uma alternância de posse de bola, porque o nosso time gosta de jogar, gosta de ter a bola. O Barcelona também é assim, como todos sabem. Acho que as duas equipes vão ter a posse de bola e serão os pequenos de detalhes que decidirão o jogo. Um detalhe de posicionamento ou mesmo concentração tática - opinou o zagueiro brasileiro Dante, titularíssimo do Bayern.
Bayern quase com força máxima
Os detalhes com certeza não passam pela tradição. Ambos já levantaram a "orelhuda" quatro vezes e se revezaram para marcar presença nas últimas quatro decisões. Então comandado pelo técnico Pep Guardiola, que por ironia do destino assumirá o comando do Bayern na próxima temporada, o Barça foi o campeão em 2009 e 2011, superando o Manchester United em ambas as ocasiões. Já o time bávaro amargou dois vice-campeonatos, perdendo para o Inter de Milão em 2010 e para o Chelsea nos pênaltis, no ano passado, na final disputada justamente na Allianz Arena.
Dante e Ribéry convenrsam no treino do Bayern:
brasileiro terá Messi pela frente (Foto: AFP)
O Bayern mostrou que está recuperado do trauma da derrota em casa para o time londrino e vem fazendo uma temporada espetacular, com a possibilidade de conquistar a inédita tríplice coroa. Com o 23º título da sua história na Bundesliga já garantido com seis rodadas de antecedência, resta conquistar a Copa da Alemanha (disputará a final contra o Stuttgart no dia 2 junho) e, principalmente, a Liga dos Campeões, competição que não vence desde 2001.
Para dar mais um passo na direção dos troféus, a equipe de Jupp Heynckes terá praticamente a sua força máxima. Mesmo entrando em campo repleto de reservas para "treino de luxo" que disputou contra o Hannover no último sábado, o time comandado pelo técnico Jupp Heynckes aplicou uma goleada impiedosa de 6 a 1 no adversário. O atacante alemão Mario Gómez balançou as redes, mostrando que pode ser um substituto à altura do croata Mario Mandzukic, artilheiro da Bundesliga e que está suspenso para o duelo de terça.
Confiante no seu trabalho à frente da equipe, Heynckes chegou até a se irritar quando jornalistas perguntaram se ele pretendia pedir conselhos ao sucessor Guardiola para o confronto contra seu ex-clube, com o qual o espanhol conquistou 14 títulos em quatro temporadas.
Barça com Messi e problemas na defesa
Messi é esperado entre os titulares (Foto: Reuters)
Em praticamente todas as conquistas o Barcelona teve em Lionel Messi o seu poder decisivo. Não deverá ser diferente nesta terça, já que o time catalão poderá contar com o retorno de seu craque, que perdeu as últimas três rodadas do Campeonato Espanhol devido a uma lesão muscular sofrida na partida diante do Paris Saint-Germain. Ele acabou jogando "no sacrifício" há duas semanas, saindo do banco no segundo duelo com os parisienses e iniciando a jogada do gol que deu a classificação à sua equipe.
- Eu não gostaria de arriscar uma resposta definitiva, mas nestes últimos dias a lesão evoluiu bem e temos uma boa sensação. Nós ganhamos jogos importantes sem ele, mas será importante tê-lo na equipe - disse Jordi Roura, auxiliar do técnico Tito Vilanova.
- Tenho certeza de que veremos o melhor Messi contra o Bayern. Contar com o melhor jogador do mundo é fundamental, faz a diferença e traz mais motivação para toda a equipe - avisou o meia Xavi.
Embora ainda faça algum mistério sobre a escalação do argentino, o Barça está mais preocupado com o setor defensivo. O técnico Tito Vilanova não terá os zagueiros Javier Mascherano e Carles Puyol, ambos lesionados, nem lateral brasileiro Adriano, que costuma atuar na zaga quando necessário, suspenso. No último sábado, o francês Abidal foi titular pela primeira vez desde que foi submetido a um transplante de fígado, há pouco mais de um ano, e jogou os 90 minutos na vitória sobre o Levante. No entanto, a opção mais provável na zaga será o jovem Bartra, de 22 anos, promessa das categorias de base.
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